Presidente da ACIA envia carta aberta aos paranaenses

O Presidente Anderson Molina da Associação Comercial e Industrial de Arapongas ACIA enviou na manhã desta sexta-feira 05 uma carta aberta aos paranaenses aonde fala da necessidade do nosso comércio precisa reabrir na próxima segunda-feira (08).

Veja o texto do Presidente da ACIA Anderson Molina.

“NADA ALÉM DA VERDADE

(Carta aos paranaenses)

“Nós fizemos a opção de trabalhar com a verdade, que muitas vezes dói. Mas a gente prefere trabalhar com a verdade que dói do que com a mentira que conforta.”

Essa frase do governador Ratinho Júnior resumiu a densa angústia que cortava a atmosfera na sua coletiva de sexta-feira passada (26). Eram medidas duras aquelas anunciadas ali. Cinco ou seis pessoas se sentavam do lado do governador. E nos rostos de todos, escorria a tensão.

O Paraná vivenciava uma situação desesperadora. Nossa saúde estertorava, com equipes médicas trabalhando no limite de suas forças. Pacientes sem leitos de enfermaria. Sem UTIs.

Só havia uma saída, disse Ratinho Júnior. Precisávamos fechar o comércio. De novo.

Sua sinceridade comoveu a classe empresarial, ainda que tivesse sido pega de surpresa – ninguém imaginava aquelas medidas.

Nossos lojistas toparam ir para o sacrifício. Baixaram suas portas.

Porque no fundo não é só um cálculo frio sobre quantas vidas serão salvas.

É uma soma em que cada vida importa. Cada ser humano é único.  Insubstituível.

Se a gente puder salvar uma vida que seja, todo sacrifício já vale a pena.

Mas, como o próprio governador Ratinho Júnior disse, a verdade precisa ser encarada. Por pior que seja.

Depois de uma semana de lojas fechadas, a grande verdade é que o suplício do comércio parece ter sido em vão.

O isolamento social paranaense está sendo baixíssimo.

Na quarta-feira (03), por exemplo, o índice não atingiu 35%, segundo o jornal Meio Dia Paraná. Menor até do que os 35,4% obtidos em junho de 2020, quando todas as lojas estavam abertas.

O fiasco desta semana entristece. Machuca. Mas não surpreende.

Dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES) revelam que menos de 20% dos trabalhadores de Arapongas estão no comércio.

Claro, o comércio não são só os trabalhadores. Envolve também os consumidores.

Mas esses últimos andam escassos. Bastante escassos.

Na maioria das lojas, o fluxo diário não chega a 30 clientes. Distribuídos em nove, dez horas de expediente. Média de três clientes por hora!

Sufocados pelo movimento baixíssimo e vendas estagnadas, nossos empresários sofrem com qualquer dia de trabalho desperdiçado.

É o dinheirinho do aluguel que está indo embora. O suado dinheiro para o pagamento das duplicatas dos fornecedores. O salário dos funcionários.

Venda perdida não se recupera.

Principalmente se vários outros setores continuam funcionando.

Isso reforça mais uma dolorida verdade: o fechamento do comércio não fez os consumidores ficarem em casa.

Eles simplesmente deixaram de se dispersar com segurança pelas lojas e acabaram se acotovelando nos supermercados, nos bancos, nas lotéricas.

Quando você ouviu falar de um caso de coronavírus originado dentro das nossas lojas de roupa ou calçado?

Difícil lembrar, né?

É que na verdade esses casos praticamente não existiram.

Aliás, não espanta a nossa catástrofe ter chegado logo agora, depois de tantas confraternizações em casas, praias e chácaras. Depois de tantas festas clandestinas.

A verdade dói.

Mas só ela salvará vidas e juntará os cacos da esfrangalhada economia paranaense.

E a verdade dura e clara é que o comércio está sangrando muito. Mas o seu martírio gerou resultados quase nulos.

Acreditamos que o governador Ratinho Júnior tenha chegado à mesma verdade – afinal, é algo que já parece fazer sentido para bastante gente.

Nosso comércio precisa reabrir na próxima segunda-feira (08).

Por isso, estamos mantendo conversas verdadeiramente proveitosas com a administração municipal.

Gostaríamos inclusive de salientar os incomensuráveis esforços do nosso prefeito Sérgio Onofre. Ele tem lutado dia após dia por mais leitos, tanto de enfermaria quanto na UTI.

É disso que precisamos.

Precisamos de atendimento digno para nossos irmãos.

Precisamos de lojas e indústrias funcionando de maneira responsável, com distanciamento social e todos os cuidados.

Precisamos desesperadamente de medidas duras contra as festas clandestinas.

Precisamos da compreensão dos donos de bares e restaurantes e das lojas de conveniência, para que combatam as aglomerações formadas dentro e fora dos estabelecimentos.

Precisamos que as academias exijam dos seus frequentadores o uso da máscara. Não apenas peçam. Exijam.

Acima de tudo, precisamos de vacinas. Muitas vacinas.

Precisamos de vacinação em massa.

Para nossos pais, para nós e para nossos filhos.

Essas são as bandeiras que a Associação Comercial e Empresarial de Arapongas (ACIA) acredita e defende.

Com bastante responsabilidade e um plano rápido e eficaz de vacinação, salvaremos vidas.

O comércio não é o carrasco responsável por executar uma sentença de morte.

Nessa hecatombe, o comércio é apenas outra vítima.

Essa é a dura verdade.

Anderson Molina

Presidente Acia – gestão 2021/2023”