LACEN homologa Laboratório de Análises Clínicas do HU/UEL para testes da COVID-19
Em documento enviado nesta sexta-feira (15), o Laboratório Central do Estado (LACEN) habilitou o Hospital Universitário (HU/UEL) a realizar os exames de Coronavírus como parte integrante do Sistema Estadual de Laboratórios de Saúde Pública (Seslab). A declaração chegou no final da manhã à Reitoria e representa a última etapa dentro do processo de credenciamento do HU/UEL para realizar testes de Coronavírus, em consonância com a Resolução Estadual que estabelece critérios de qualidade e de biossegurança para as unidades da rede de laboratórios que prestam serviços para o Sistema Único de Saúde(SUS).
Na prática o documento reconhece o HU/UEL como unidade integrante do sistema GAL (Gerenciados de Ambiente Laboratorial), devidamente capacitada para realizar os testes RT-PCR (Reverse Transcriptase Poluymerase Chain Reaction), considerado o “Padrão Ouro” no diagnóstico do Coronavírus. A habilitação dá fim a um trabalho captaneado pela Reitoria da UEL e pela Superintendência do HU/UEL, no final de março, a partir da articulação com a sociedade civil organizada de Londrina, juntamente com as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde para que os exames laboratoriais de testagem da COVID-19 fossem descentralizados no Paraná, aproveitando as estruturas que tinham condições de prestar o serviço com qualidade e segurança. O objetivo era imprimir maior agilidade nos testes.
A UEL foi uma das instituições que solicitou oficialmente a descentralização dos exames, ressaltando sua qualidade para a execução do processo. O governo estadual autorizou as Instituições de Ensino Superior Públicas a realizarem o trabalho. A decisão foi tomada no último dia 31 de março pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior após reunião com superintendente da SETI, Aldo Nelson Bona e o Secretário de Saúde do Estado, Beto Preto, em Curitiba. Na ocasião o governo afirmou que autorizaria a realização dos exames desde que os Laboratórios reunissem condições de adquirir insumo para extração de amostras dos materiais coletados, além do credenciamento junto ao Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (Sislab).
A partir desta decisão, a UEL formalizou um convênio com a Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, que adquiriu e disponibilizou 4 mil testes que chegaram no HU/UEL na semana passada. A partir de agora, com a habilitação definitiva do laboratório, poderão ser utilizados para testar pacientes, melhorando as condições de diagnóstico da COVID- 19 em Londrina e região.
Rapidez – O reitor da UEL, Sérgio Carvalho, comemorou a decisão enaltecendo que os testes serão realizados de acordo com a mais avançada tecnologia, garantindo rapidez e qualidade e beneficiando o conjunto da sociedade. Ele explicou que esta conquista só é possível a partir da produção científica desenvolvida pelo Laboratório de Análises Clínicas (LAC) do HU/UEL, que realiza, há mais de 15 anos, exames de carga viral de AIDS, Hepatites e citomegalovírus da Rede DST AIDS do Ministério da Saúde.
Ele enalteceu também a infraestrutura existente no Hospital Universitário e elogiou o trabalho conjunto desempenhado por várias lideranças da região, da Prefeitura de Londrina, que assinou o convênio adquirindo os testes e colocando-os dentro do Laboratório. O reitor elogiou ainda a postura da Secretaria de Saúde do Paraná que enxergou com clareza a eficiência da rede de laboratórios das Universidades Públicas como agentes capazes para promover a interiorização dos testes de Coronavírus. Ele ressaltou ainda que o trabalho terá a participação de pesquisadores que atuam na UEL. “Isto comprova que o investimento científico dá respostas para a sociedade”, concluiu.
O vice-reitor, que é pesquisador e plantonista junto ao Laboratório de Análises Clínicas, lembrou que o credenciamento exigiu o envio de cinco amostras positivas para o Lacen para a confirmação do padrão de qualidade dos exames. Segundo ele, esta descentralização vai otimizar leitos hospitalares em toda a região, a partir da agilidade na comprovação ou não de pacientes suspeitos.
Ele ressaltou ainda a iniciativa da Prefeitura de Londrina que adquiriu os kits de exames e os confiou ao HU da UEL. O vice-reitor reforçou que os pesquisadores do Laboratório desenvolveram e padronizaram a técnica dos testes da COVID-19 utilizando equipamentos e a capacitação existente. “Isto ficou demonstrado com essa homologação, que vai contribuir em muito para o sistema de saúde do Paraná”.
A diretora superintendente do HU/UEL, enfermeira Vivian Feijó, explicou que a homologação do LACEN dará autonomia na realização de exames e na liberação dos laudos. Ela explicou que o documento reconhece o trabalho técnico e científico e de gestão da UEL e HU, desde o início do trabalho para buscar a descentralização dos exames. “O Hospital ganha um incremento muito importante com a agilidade na liberação dos resultados trazendo otimização na conduta clínica e amplia o quadro de possibilidades de outros diagnósticos”.
Quanto ao fluxo de leitos hospitalares, a superintendente explicou que o tempo de passagem no Pronto Socorro será mais eficiente. Antes era preciso aguardar pelo menos três dias para a liberação do laudo via Lacen, em Curitiba. Essa espera significava bloqueio de leitos, que a partir de agora deverá ser agilizada. Dessa forma, as equipes ganham fluxo mais rápido para quem chega pelo Pronto Socorro tanto para transferência para UTI ou para o isolamento e também para os chamados leitos moderados.
Números – A partir da habilitação, o Laboratório terá capacidade de realizar até 200 exames da COVID-19 por dia. Além da estrutura já existente, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) contribuiu para aprimorar a estrutura do Laboratório, disponibilizando mais um equipamento de amplificação de detecção. Também foram contratadas duas bioquímicas para reforçar a equipe do Setor de Diagnóstico Molecular, uma vez que a unidade deverá manter a rotina dos exames de carga viral para HIV, Hepatite e citomegalovírus.
A equipe vai aproveitar os professores do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas do Centro de Ciências da Saúde (CCS), que serão os responsáveis pela implantação e supervisão dos exames, que vão permitir maior agilidade na identificação dos casos, com resultados entregues em no máximo 48 horas.
Fonte: Agência UEL