Saúde reforça importância do diagnóstico e tratamento da tuberculose
A Secretaria de Estado da Saúde promoveu nesta segunda-feira (22) um evento virtual com profissionais das suas Regionais e da Vigilância Epidemiológica dos municípios para reforçar a importância do diagnóstico e do tratamento da tuberculose. O encontro acontece pouco antes do Dia Mundial de Combate à Tuberculose, na quarta-feira, 24 de março.
“Alertamos os profissionais que atuam na área e a população sobre a importância do diagnóstico diferencial da doença e a necessidade de se manter o cuidado das pessoas infectadas, incentivando os pacientes a seguirem com o tratamento”, disse o secretário estadual da Saúde, Beto Preto. “Muitas vezes observamos que este tratamento é abandonado. Lembramos que a tuberculose é insidiosa, grave e pode matar. Mas é uma doença passível de ser debelada ou diminuída”.
Ele reforçou que o Paraná enfrenta muitas dificuldades com o momento da pandemia da Covid-19, mas está atento às outras doenças. “Lembrando que na hora que a imunidade se fragiliza é que as doenças tomam lugar. Este é um momento de reflexão de todos sobre os cuidados com a saúde”, destacou o secretário.
DADOS – No Brasil foram diagnosticados mais de 70 mil casos novos de tuberculose em 2019, com incidência de 35,0/100 mil habitantes. No Paraná observa-se que em 2020 houve uma redução de 5,8% no diagnóstico de casos novos de tuberculose, em comparação com 2019. Foram 2.220 casos novos ou incidência de 19,4/100 mil habitantes.
O número de casos em retratamento manteve-se estável em comparação com os anos anteriores, em torno de 260. Houve redução de 15,8% no número de óbitos pela doença como causa básica, de 158 em 2019 para 133 em 2020.
No entanto, análise de tendência linear da taxa de mortalidade demonstra alta nos últimos anos. O secretário Beto Preto ressalta que o óbito por tuberculose é considerado evitável.
“É uma doença que pode ser prevenida através da vacina BCG e tratamento da infecção latente, tem diagnóstico sensível à atenção primária em mais de 80% dos casos e tratamento gratuito disponível pelo SUS para toda a população”, disse.
As Regionais de Saúde que apresentaram maior percentual de redução de diagnósticos de casos novos foram Cornélio Procópio (39,1%), Paranaguá, (31,1%) e Foz do Iguaçu (30,4%). Em quatro regionais foi identificado aumento de mais de 20% nos casos novos, com destaque para Irati, com crescimento de 75% em decorrência do trabalho de busca ativa no sistema prisional.
A representação da população privada de liberdade (PPL) entre os casos de tuberculose (novos e mais retratamentos) cresceu quase 60% de 2015 a 2020 no Paraná. Foi observado aumento significativo também entre a população em situação de rua, com 65% no mesmo período.
COVID – Como principal impacto da pandemia de Covid-19 nas ações de controle da tuberculose, destaca-se a redução de 40,1% no número de exames realizados no Estado em 2020.
“A redução nos exames pode explicar a diminuição no número de casos novos e sugere que pessoas ainda podem estar infectadas e sem diagnóstico”, afirmou a chefe da Divisão de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria da Saúde, Mara Franzoloso.
“Consequentemente, em isolamento domiciliar, pessoas sem diagnóstico podem estar expondo as pessoas de seu domicílio aos bacilos da tuberculose, que são capazes de causar infecção latente e ativa. Caso não sejam retomadas as buscas dos sintomáticos, poderemos ver nos próximos anos uma multiplicação exponencial de novos casos, inclusive entre crianças e idosos”, ressaltou.
A Secretaria da Saúde alerta desde o início da pandemia para os profissionais que atuam na área sobre o diagnóstico diferencial entre a tuberculose e a Covid-19, seguindo recomendação do Ministério da Saúde. A orientação foi enviada a todos os pontos de atendimento de sintomas respiratórios da rede no Paraná (ofício conjunto circular no.5/2020 MS)
“A tuberculose é uma doença que acomete principalmente os pulmões e afeta os mais vulneráveis, biologicamente ou socialmente”, disse a técnica responsável pelo Programa Estadual de Controle da Tuberculose, Simoni Pimenta de Oliveira.
Ela explicou que os sintomas podem se confundir com os da Covid-19, por isso exige atenção redobrada dos profissionais no atendimento. “São sintomas como tosse, febre, cansaço, dor no corpo e dificuldade respiratória”, informou.
UNIFORME – A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da secretaria, Maria Goretti David Lopes, participou do evento virtual e ressaltou a importância da integração das áreas profissionais no enfrentamento de todos os agravos.
“Nossa orientação é para uma ação articulada entre as áreas e equipes da Atenção Primária e Vigilância do Estado e dos municípios. E também reforçamos que para as doenças respiratórias devem ser mantidas as recomendações para a população como cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, além do uso de máscara proteção individual”, salientou.
Fonte: AEN-PR