Brasil exporta experiência com bancos de leite
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, juntamente com a ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta, inauguraram, nesta segunda-feira (18), o primeiro Banco de Leite Humano de Angola e terceiro da África. A abertura do serviço é resultado de cooperação técnica entre os dois países. Os profissionais angolanos receberam do Brasil conhecimentos e procedimentos que garantem segurança e condições sanitárias do leite a ser entregue para os bebês. A unidade de saúde escolhida para o início das atividades foi a Maternidade Lucrécia Paim, em Luanda, capital de Angola.
“É muito importante essa cooperação com Angola. A medida irá favorecer o desenvolvimento desse país parceiro e com quem temos laços históricos. Os Bancos de Leite Humano são essenciais para a redução da mortalidade infantil, redução do tempo de internação, além da diminuição do uso de leitos de UTI neonatal e infecção hospitalar. Agora, Angola também terá a oportunidade de compartilhar essa experiência tão importante e generosa para outros países”, afirmo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
O Brasil é referência mundial na criação de bancos de leite. Ao todo, mais de 20 países contaram com a cooperação brasileira para implementação do serviço. Agora, é a vez de Angola seguir o modelo brasileiro. O Ministério da Saúde do Brasil, juntamente com a Fiocruz, auxiliou com assessoria técnica e treinamento de equipes para a execução do projeto angolano. A cooperação com especialistas brasileiros também buscou desenvolver o funcionamento das estruturas locais e permitir que os profissionais angolanos tenham autonomia para dar andamento ao serviço, que contribuirá para a redução da mortalidade neonatal.
Durante a visita do ministro Luiz Henrique Mandetta a Angola, também foram assinados mais dois compromissos para auxiliar no desenvolvimento da saúde do país africano: um projeto de prevenção e controle do câncer e outro projeto de atenção integral às pessoas com anemia falciforme. A assinatura do acordo prevê a capacitação de novos profissionais angolanos no Instituto Nacional de Câncer (INCA) em especialidades relacionadas à oncologia, como radioterapia, radiologia, cirurgia oncológica, entre outros.
Além disso, será prestado apoio técnico para a estruturação da política, aperfeiçoamento da notificação hospitalar de câncer. As medidas visam melhorar a atenção prestada aos pacientes para a detecção precoce, confirmação diagnóstica e tratamento do câncer em Angola.
Também serão conduzidas ações de apoio à implementação e gestão da política angolana de doença falciforme. O projeto assinado nesta segunda-feira (18/11) é a segunda fase da cooperação entre Brasil e Angola nesse tema. A doença falciforme é uma das enfermidades genéticas mais comuns no mundo. Para contribuir para a redução da mortalidade, a experiência brasileira vai ajudar na sistematização de informações epidemiológicas; na triagem neonatal; na qualificação de profissionais para o atendimento; além de promoção da doação voluntária de sangue e estabelecimento de protocolos clínicos.
REFERÊNCIA MUNDIAL
O Brasil possui a maior e mais complexa rede do mundo. São 225 Bancos de Leite Humano, cada um dos 26 estados e DF possuem pelo menos um. Existem ainda 212 postos de coleta, além da coleta domiciliar em alguns estados. A Rede Brasileira de Banco de Leite humano foi pensada para atender a realidades diferentes, devido ao uso de tecnologias de baixo custo. Por isso, é inspiração para tantas outras nacionalidades.
Angola não é o primeiro país da comunidade de língua portuguesa a seguir o modelo brasileiro. A cooperação entre o Brasil e esses países começou com Portugal. Cabo Verde e Moçambique também já adotaram a referência brasileira. Ao todo, mais de 20 países contaram com a cooperação do Brasil para implementação de bancos de leite. Recentemente, a experiência brasileira chamou atenção dos países do Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul) e Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai).
A rede brasileira é responsável por coletar e distribuir leite materno, com controle rigoroso à recém-nascidos de baixo peso. O leite materno tem tudo o que o bebê precisa até os seis meses de vida, protegendo-o contra doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias, uma importante prática para a redução da mortalidade infantil.
Fonte: Ministério da Saúde