Preço do diesel deve seguir elevado se não houver recessão global, diz Petrobras
Aproximação do inverno no hemisfério norte e temores sobre temporada de furacões nos EUA devem manter preço internacional do combustível alto.
O cenário para o diesel no segundo semestre é de preços elevados, a menos que se consolide uma recessão global, avaliaram nesta sexta-feira (29) diretores da Petrobras, que adiantaram que a empresa vai lidar com paradas programadas, com possível impacto na produção.
Os preços firmes do diesel, combustível mais consumido no Brasil, são esperados com a aproximação do inverno no Hemisfério Norte, que tende a aumentar a demanda pelo produto, e diante de temores sobre a temporada de furacões nos Estados Unidos, disse o diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Cláudio Mastella, em conferência com investidores para comentar os resultados do segundo trimestre.
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Além disso, as paradas programadas nas refinarias da própria empresa, necessárias à segurança operacional, representam um ponto de atenção.
De outro lado, o Brasil registra normalmente uma maior demanda de diesel entre agosto e outubro, com o escoamento das safras para os portos, além de preparativos de plantio da nova temporada de grãos. Neste contexto, ele disse que a empresa vem se preparando para manter o fornecimento aos seus clientes.
“Nós antecipamos a compra de diesel para garantir o atendimento”, disse Mastella.
O diretor de Refino e Gás Natural, Rodrigo Costa Lima e Silva, disse que a empresa está comprometida em manter relativamente elevado o nível de refino, e que o fator de utilização das refinarias deve ficar em torno de 86% no segundo semestre, considerando todo o parque, que passará por paradas programadas em algumas unidades.
Considerando as unidades em operação, a taxa de utilização subiria para 94% a 95%.
A companhia programou uma parada de 35 dias na unidade de hidrotratamento de diesel na Refinaria Gabriel Passos (Regap), no Estado de Minas Gerais, com início em agosto. A refinaria foi a quinta maior produtora de diesel no país em 2021, segundo a reguladora ANP .
Importação de GNL deve cair
Segundo Silva, um fator que deve continuar afetando positivamente o balanço deste ano é a menor importação de GNL (gás natural liquefeito) para geração termelétrica, o que reduz custos para a empresa.
“A gente teve uma melhora no cenário hidrológico e isso, obviamente, reflete uma melhora no nosso portfólio no suprimento de GNL. A gente deve encerrar o ano com 30 cargas de GNL e no ano passado foram 112. É uma redução considerável”, disse o diretor, lembrando da grave seca de 2021.
Fonte: G1