Araraquara registra redução de 39% no número de mortes e de 57,5% dos casos

Araraquara completa neste domingo (21) um mês do 1º dia de fechamento total da cidade, como medida de conter a disseminação do coronavírus.   

Em comparação há 30 dias, a cidade registrou queda de 57,5% no número de casos e de 39% na média semanal de mortes, além da desocupação de leitos de UTI, que não tem filas de espera há 14 dias.

Araraquara foi a primeira cidade do estado de São Paulo a proibir a circulação de pessoas, a não ser para ir trabalhar ou buscar atendimento médico. Às 12h de 21 de fevereiro fechou até serviços essenciais, como supermercados e postos de gasolina, suspendeu a circulação do transporte público e montou blitz nas ruas para manter as pessoas em casa.

Um dia antes, a cidade havia batido o recorde diário de casos confirmados, com 248 registros, o correspondente a 46% das testes analisados. O município vivia uma crise hospitalar que chegou a beira do colapso.

Para a prefeitura, a mudança do perfil da doença está relacionada a introdução da variante brasileira do novo coronavírus, identificada como P.1 e encontrada pela primeira vez em Manaus (AM). Um estudo do Instituto de Medicina Tropical da USP encontrou a variante brasileira em 93% dos casos analisados na cidade.

A avaliação da prefeitura, 30 dias depois, é positiva. “Foi além do que a gente esperava, porque estávamos com um número grande de contaminações e transmissões, muito preocupados com a situação e vimos que é uma medida eficaz. Hoje não há mais pacientes esperando por leitos e as unidades de atendimento para Covid estão com movimento tranquilo”, afirma a secretária municipal de Saúde, Eliana Honain. 

Para avaliar o resultado do confinamento, a prefeitura avalia cinco indicadores: Número de casos, porcentagem de confirmados entre as amostras analisadas, quantidade de infectados em quarentena (casos ativos), número de internações e número de mortos. 

Desde a implantação do confinamento, foram quatro semanas de queda de casos. Em comparação à semana anterior ao fechamento, a semana que termina neste domingo teve redução no número de casos de 57,5% . 
 
Essa queda é confirmada por outro indicador utilizado pela prefeitura: o percentual de positivados entre as pessoas testadas diariamente. Nos quatro dias anteriores ao lockdown (18 a 21 de fevereiro) esse percentual oscilou entre 37% a 49%, já nos últimos quatro dias (18 a 21 de março) variou de 10% a 22%, uma queda de 27 pontos percentuais.

A meta da prefeitura é chegar a 5% das amostras positivadas.

INTERNAÇÃO   
A crise hospitalar vivida por Araraquara em meados de fevereiro foi o fator definitivo para a prefeitura adotar o confinamento. Entre 6 de fevereiro e 2 de março, a ocupação das UTIs só não ficou em capacidade máxima por um dia.  

A falta de leitos provocou a transferência de pacientes de Araraquara para hospitais de várias cidades, como São José do Rio Preto, a 170 km de distância, e até Ilha Solteira, que fica a 400 km da cidade. 

Nos últimos sete dias, a ocupação de UTI variou entre 82% e 99% e a de enfermaria ficou entre 58% e 86%. Neste domingo (21), a UTI tem 89% de ocupação e a enfermaria está com 61%.

MORTES

De acordo com o Comitê de Contingência do Coronavírus, a queda dos indicadores que medem a Covid-19 em Araraquara ocorre por etapas. O primeiro impacto foi sentido na queda de casos, que, por sua vez contribuiu, algumas semanas depois, para diminuição do número de pacientes internados . O que se espera é que essa queda chegue ao número de mortes. (Com G1 Araraquara e São Carlos).

Fonte: A cidade on