Com ocupação das UTIs do Paraná em 96%, há possibilidade de prorrogar decreto estadual

O secretário de Saúde do Paraná Beto Preto afirmou, nesta quinta-feira (4), que a possibilidade do Paraná transferir pacientes com Covid-19 para outros estados é “mínima”, apesar do recorde na ocupação de leitos de UTI e na fila de espera por vagas em hospitais.

“É uma possibilidade mínima. Fizemos isso com o Amazonas, mas era uma outra situação. Hoje temos 18 ou 19 estados com lotação total dos seus leitos de UTI. Santa Catarina ficou de mandar 16 pacientes para o Espírito Santo, mas conseguiu encaminhar só um”, afirmou.

Segundo o secretário, a ocupação de leitos de UTI do SUS para pacientes com Covid-19 no estado é de 96%. Na região oeste, onde a situação é mais grave, a lotação é de 98%. Em todo o estado, 811 pessoas aguardam por uma vaga em leito hospitalar.

Na quarta-feira (3), o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação pedindo transferência de pacientes de Cascavel para outras regiões do Brasil.

A partir de segunda-feira (8), segundo Beto Preto, o Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), em Cascavel, vai ter 12 novos leitos de UTI e 10 leitos de enfermaria. O local está com todos os leitos de UTI ocupados.

Além disso, o secretário afirmou que ainda há equipes hospitalares que podem ser ampliadas em outras regiões do estado.

“Estamos também transferindo pacientes entre as regiões do estado, mas todas elas estão com mais de 90% de ocupação”, disse.

Mesmo assim, Beto Preto afirmou que a estratégia de ampliar a oferta de leitos é como “enxugar gelo”.

“Não podemos ficar vendendo essa ideia de que podemos ficar abrindo leitos”, afirmou.

Atualmente, o Paraná tem 1.365 leitos de UTI Covid-19 do SUS.

Medidas restritivas

O secretário afirmou que o governo estadual vai avaliar entre sexta-feira (5) e sábado (6) se o decreto estadual com medidas restritivas será ampliado ou prorrogado.

“Nós temos muitas atividades consideradas essenciais que estão abertas. Talvez nesse momento mais duro fosse o caso que nem elas ficassem abertas”, afirmou.

Beto Preto afirmou que é preciso que mais pessoas colaborem com as medidas, e que a taxa de isolamento social no estado aumente.

“Precisamos de pouco movimento, de isolamento domiciliar, diminuição de pessoas nas ruas, para que o vírus circule menos. Caso contrário, nós vamos continuar com pessoas todos os dias sendo atendidas nas UPAs com dificuldades para ir para o hospital”, afirmou.

Para tentar diminuir a circulação do vírus, o governo estadual ampliou o horário do toque de recolher, determinou que serviços não essenciais fossem fechados e aulas presenciais foram suspensas.

Pandemia no Paraná

De acordo com dados da Sesa divulgados na quarta-feira (2), 11.888 pessoas morreram no estado vítimas da doença.

Ao todo, desde o início da pandemia, 656.410 pessoas testaram positivo para Covid-19 no Paraná.

Até quarta-feira, 323.019 pessoas tinham sido vacinadas contra a Covid-19 no estado, o que representa cerca de 2,8% da população do estado.

Fonte: G1