Porto de Paranaguá movimenta 4 mil trabalhadores por dia
Dados do Ministério do Trabalho estimam que a atividade portuária é responsável por cerca de 9 mil empregos na cidade somente no setor de armazenamento e transporte. O número é equivalente a 20% de todos os postos de trabalho registrados no município e o impacto na economia chega a R$ 33 milhões mensais, em salários.
Todos os dias, em média, cerca de mil pessoas chegam para trabalhar no Porto de Paranaguá. São funcionários da empresa pública, servidores das empresas operadoras portuárias, motoristas, prestadores de serviços e trabalhadores portuários avulsos, os chamados TPAs.
Dados do Ministério do Trabalho estimam que a atividade portuária é responsável por cerca de 9 mil empregos em Paranaguá somente no setor de armazenamento e transporte. O número é equivalente a 20% de todos os postos de trabalho registrados no município e o impacto na economia chega a R$ 33 milhões mensais, em salários.
“São R$ 403 milhões por ano que estes trabalhadores recebem e movimentam a economia da cidade, impulsionando o setor de comércio e serviços em um ciclo virtuoso de desenvolvimento”, destaca o presidente dos Portos do Paraná Luiz Fernando Garcia. De acordo com ele, além disso, as empresas que atuam no Porto de Paranaguá movimentam aproximadamente R$ 21 milhões por ano em imposto referente aos serviços realizados – o ISS.
TRABALHADORES AVULSOS – A categoria que reúne o maior número de trabalhadores são os TPAs. Segundo o Órgão de Gestão de Mão de Obra do Trabalhador Portuário Avulso do Porto Organizado de Paranaguá (OGMO), são 2.387 trabalhadores ativos. Todos os dias, 880 deles são escalados para operações no cais.
De acordo com o OGMO, seis atividades são classificadas para atuação dos trabalhadores – estivadores, arrumadores, trabalhadores do bloco, conferentes de carga, consertadores e vigias de embarcações.
Segundo o diretor de Operações dos Portos do Paraná, Luiz Teixeira da Silva Júnior, ter mão de obra qualificada é um dos principais diferenciais do Porto de Paranaguá, já que os serviços têm impacto direto na eficiência das movimentações.
“Os trabalhadores avulsos aqui são muito preparados, o que nos garante um baixíssimo índice de avaria nos produtos movimentados. São eles que preparam e manuseiam todos os equipamentos e mercadorias e nossos usuários estão sempre muito satisfeitos”, o diretor o garante.
ESCALA – A diretora-executiva do OGMO Paranaguá, Shana Carolina Bertol, explica que os TPAs são treinados e qualificados com cursos regulares. Eles são contratados para um período de seis horas, conforme requisição feita pelo operador portuário ao OGMO, que utiliza uma escala eletrônica para determinar as jornadas de trabalho, obedecendo os critérios de qualificação profissional.
Segundo a diretora, a inovação tecnológica e a automatização nas operações portuárias fazem com que os trabalhadores mudem seu perfil no intuito de acompanhar as constantes mudanças no trabalho portuário. “Em Paranaguá, gradativamente, os trabalhadores têm se conscientizado dessas mudanças e se inserido nesse novo contexto de trabalho portuário”, destaca.
ESTIVA – Os estivadores, que movimentam as cargas dentro dos navios, são a categoria mais antiga dos trabalhadores portuários. A atividade existe desde 1903, antes mesmo do Porto de Paranaguá ser inaugurado. Hoje, são 1093 estivadores na ativa em Paranaguá.
“Antigamente, o trabalho passava de pai para filho, por indicação. Eu, por exemplo, sou a terceira geração da minha família na estiva. Meu avô foi um sócio-fundador do sindicato, quando foi fundado em 1903, e os trabalhos eram executados no atracadouro da Rua da Praia, no Guinchinho”, conta Everson Fernando Leite de Faria, secretário do Sindicato dos Estivadores de Paranaguá (Sindestiva).
Com o passar do tempo, o ingresso na profissão mudou. Desde de 1991, um concurso é realizado e os trabalhadores precisaram adequar os conhecimentos ao processo de automação e o uso de mais equipamentos nas operações.
Neste Dia do Trabalhador (01/05), a categoria comemora, principalmente, o crescimento na quantidade de trabalho. “Quando o porto cresce é bom para todos os trabalhadores, nos traz mais serviço e satisfação. Somos todos parte de uma engrenagem”, conclui Faria.
ARRUMADORES – A segunda categoria mais numerosa entre os TPAs é a dos arrumadores, que preparam as cargas em terra para o transporte nos vagões, caminhões, armazéns. Segundo o OGMO, são 684 trabalhadores ativos.
O secretário do Sindicato dos Arrumadores, Eliel Teodoro dos Santos, explica que a função exige prática e conhecimento. “A carga não pode ser transportada de qualquer jeito para evitar problemas, acidentes ou avarias. Outro motivo é a otimização do espaço e do peso para que a carga seja bem transportada”, conta.
Segundo o presidente do sindicato, Oziel Serafim Felisbino, além de comemorar o Dia do Trabalhador, em maio a categoria celebra o centenário da profissão. “Em 1919 a profissão foi criada e desde então temos muito a comemorar. Temos nos qualificado muito e hoje Paranaguá é referência em treinamentos para portos de todo o Brasil”, conclui.
OUTRAS CATEGORIAS – Paranaguá conta ainda com 389 trabalhadores do Bloco, 84 conferentes, 76 vigias e 43 consertadores. Em Antonina, segundo o OGMO da cidade, são 382 trabalhadores avulsos na ativa; 160 arrumadores e 122 estivadores.
Confira a definição de cada uma das outras categorias de trabalhadores avulsos (TPAs), segundo o Dicionário Básico Portuário dos Portos do Paraná:
Bloco – Trabalhador responsável pela limpeza e conservação de embarcações mercantes e de seus tanques, incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparos de pequena monta e serviços correlatos.
Conferente – Profissional responsável pela verificação de uma conta, de mercadorias, dinheiro e outros valores no navio.
Vigia – Trabalhador pago pela agência marítima (que é representante do armador) para vigiar o navio. A vigia é feita no interior do navio e na escada que dá acesso.
Consertador – Profissional responsável pelo conserto de carga avariada dentro ou fora do navio.
Fonte: ANP