94% das empresas encerraram o mês de maio em atividade
Apesar da retomada das atividades, o volume de negócios está abaixo do padrão normal. A situação tem reflexo nas receitas do Estado. Somente em maio, houve perda de R$ 853 milhões no ICMS. A queda de arrecadação atingiu as nove principais atividades econômicas.
Análise do Governo do Estado aponta que 94% das empresas paranaenses estavam em atividade na última semana de maio. A avaliação tem como base a emissão de notas fiscais eletrônicas.
Por este parâmetro, apenas 1,4 mil estabelecimentos que operam no Simples Nacional e 900 do Regime Normal ainda estavam fechados no dia 29 do mês passado.
Os dados constam no boletim conjuntural elaborado pelas secretarias de Planejamento e Projetos Estruturantes e da Fazenda e divulgado nesta quinta-feira (04).
A análise revela que, apesar da retomada das atividades, o volume de negócios está abaixo do padrão normal.
A situação causada pela pandemia da Covid-19 tem reflexo direto nas receitas do Estado. Somente em maio, houve perda de R$ 853 milhões na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em relação ao valor previsto na Lei Orçamentária Anual.
A queda de arrecadação atingiu as nove principais atividades econômicas do Estado no mês passado. No setor de combustíveis a receita caiu 60,8%, seguido do comércio varejista (-32,8%), bebidas (-28,7%) e da indústria (-22,3%).
Segundo o boletim conjuntural, a redução da atividade produtiva, embora mais aguda no segundo trimestre do ano, deve afetar o desempenho econômico do Estado até o final de 2020.
A projeção é de resultados negativos no terceiro trimestre (-8,9% em relação à previsão inicial) e no quarto trimestre (-6%). As expectativas de mercado apontam que apenas em 2022 deve ser observado o mesmo nível de produção e renda de 2019.
VENDAS – O boletim revela que as vendas do comércio ainda estão abaixo do padrão normal para os meses de abril e maio, mas alguns setores tiveram recuperação segundo a análise da última semana de maio. É o caso do setor automotivo, que dobrou o volume de negócios em relação à semana anterior e teve pico de vendas em comparação com meados de março.
Vestuário e acessórios, bem como o segmento de calçados, que atingiram patamares próximos à normalidade entre 04 a 10 de maio, por conta do Dia das Mães, mantiveram o ritmo positivo no final do mês, principalmente em decorrência da abertura de centros comerciais em algumas cidades.
O final de maio também registrou evolução na movimentação em restaurantes e lanchonetes, mas estes segmentos ainda estão 46% abaixo do nível do início de março.
Materiais de construção; informática e telefonia; áudio, vídeo e eletrodomésticos; linha branca; telefone celular; e televisores mantêm bons índices de vendas em maio. O comércio de móveis, colchões e iluminação aponta viés contínuo de alta, com status superior ao começo da crise.
Os setores de bebidas (alcoólicas e não alcoólicas) e de alimentação (carnes, peixes, frutos do mar, frutas, verduras, raízes, mel, laticínios, ovos, café, farinha, sementes e cereais) registraram volume de vendas estável ao longo dos últimos três meses.
SETORES – O comércio atacadista do Paraná, influenciado pelo segmento de combustíveis, registrou queda de 2,4% do valor médio diário das emissões de nota fiscal eletrônica no mês de maio, em comparação a abril. O comércio varejista, com o reflexo da gradual abertura de atividades, contabilizou elevação de 11,2%, apesar de operar em um nível equivalente a 83,6% do patamar pré-pandemia.
A indústria de alimentos não exibiu oscilação significativa de abril para maio, enquanto as outras atividades da indústria de transformação registraram considerável recuperação. Houve alta de 28,5% em comparação a abril, em decorrência principalmente do término da interrupção da produção de importantes segmentos, como o metalmecânico.
EXPORTAÇÕES – O boletim desta semana aponta que houve aumento nas exportações de alimentos devido principalmente ao comportamento do câmbio. Porém, houve queda das exportações de produtos industrializados por conta da diminuição da demanda no período da pandemia.
Fonte: AEN-PR